Aleluia! Bom dia, Igreja! Graça e paz. Hoje seguimos nossa série da Escola Dominical — um conjunto de aulas intencionais, em defesa da fé cristã, para confrontar heresias antigas que voltam com roupa nova. O tema é simples e necessário: a Igreja tem uma natureza organizacional.
Começo lembrando: vida cristã não é corrida de 100 metros, é maratona. Por isso, permanecer ensinável é valor do Reino. Paulo leu e releu, Tito aprendeu, Timóteo ouviu — e nós seguimos aprendendo, domingo após domingo. Abra sua Bíblia em Tito 1. Esse capítulo sustenta o que vou afirmar: a Igreja é, ao mesmo tempo, organismo vivo (o Corpo de Cristo) e organização (com governo, liderança e ordem). Essas realidades não se anulam; se complementam.
Paulo deixou Tito em Creta “para pôr em ordem as coisas restantes” e estabelecer presbíteros em cada cidade. Havia problemas culturais e espirituais: gente preguiçosa, mentirosa, judaizantes misturando o que não devia. Terreno difícil exige ferramentas certas. O Espírito Santo age poderosamente, mas Deus também ordena estruturas para que a Igreja cumpra sua missão sem se perder em improvisos.
Quero ser claro: organismo ≠ bagunça. “O Espírito é livre” não é sinônimo de “cada um faz o que quer”. Na casa de Deus, tudo é espiritual — do púlpito à vassoura. Porém, espiritualidade bíblica anda de mãos dadas com decência e ordem. A Igreja primitiva já tinha local e horário de culto, direção pastoral, presbíteros e diáconos, concílios, tesouraria, cartas de recomendação, socorro aos necessitados. Isso é Bíblia.
Por que insistimos nisso hoje? Porque há quem relativize tudo: “Igreja sou eu na praia com meus amigos”, “não preciso congregar nem me submeter a ninguém”. Eu até respeito sua opinião — só não diga que a Bíblia ensina isso. A Escritura apresenta a Igreja como povo de Deus que se reúne, adora, serve, envia, presta contas e se organiza também diante do Estado. “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”: sim, há responsabilidades civis (CNPJ, contabilidade, transparência) e eclesiásticas (liderança reconhecida, disciplina, serviço).
Historicamente, sempre que tentaram “crescer livres” sem organização, o resultado foi crescimento desordenado — e em corpo vivo, o que cresce desordenado se chama câncer. Por isso, cedo ou tarde, o povo de Deus volta a organizar-se: não para engessar o Espírito, mas para discernir fogo estranho de fogo santo, e para sustentar a missão no tempo.
Hoje celebramos o batismo. É organismo (vida nova, confissão pública) e organização (acompanhamento, integração, certificado, curso de fundamentos). Aos novos irmãos, digo com alegria: vocês pertencem ao Corpo de Cristo que atravessa séculos e, concretamente, à Igreja Batista Renascer — com liderança, ministérios e práticas que zelam por sua fé. Cheguem junto: “Pastor, onde posso servir? O que posso fazer? Como posso crescer?” Aqui, servir é reinar; o maior é quem serve.
Em resumo:
-
A Igreja é organismo: vida do Espírito, comunhão, dons, serviço.
-
A Igreja é organização: governo bíblico, presbíteros/diáconos, ordem, prestação de contas.
-
Equilíbrio bíblico: nem engessamento institucional, nem anarquia “espiritualizada”.
-
Missão sustentável: sem estrutura, não há alcance, discipulado, cuidado e testemunho consistentes.
Que o Senhor nos dê graça para sermos uma igreja viva e bem organizada, fiel à Palavra, cheia do Espírito e irrepreensível diante de Deus e dos homens. Amém.