Nesta manhã, iniciamos na Escola Bíblica Dominical a série “Em busca do caráter cristão”. Serão 13 lições ao longo destes meses, e hoje eu abro o tema falando sobre a natureza do caráter cristão (Efésios 4:17–24). Quero que você entenda: caráter é o conjunto das qualidades que determina a nossa conduta diante de Deus, de nós mesmos e do próximo. Não é só o que eu digo crer; é como eu ajo quando ninguém está me olhando, como eu reajo na pressão, na alegria ou na dor.
A Bíblia nos chama de “cristãos” porque o mundo precisa olhar para nós e enxergar Cristo em nós (Atos 11:26). Por isso, o nosso modelo não é o homem mais justo da terra, nem o pastor A, B ou C — o nosso padrão é Jesus. Quando eu me rendo a Cristo, deixo o “velho homem” e me visto do novo (Ef 4:22–24). Isso significa que a velha desculpa “eu nasci assim, vou morrer assim” não cabe mais; o pecado não tem mais domínio sobre mim (Rm 6:14). Eu luto, eu pelejo, eu decido viver o que Deus ordenou: “Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pe 1:15–16). Não é sugestão, é ordem — e Deus mesmo nos dá os meios.
Traços do caráter cristão (o padrão é Deus)
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Santidade: não há área da vida onde ela não caiba — casamento, trabalho, finanças, conversas, redes sociais (1Pe 1:15–16; Ef 4:24).
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Amor: até para corrigir, eu faço em amor; eu trato o outro como Deus me tratou (Jo 3:16; 1Jo 4:8).
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Justiça e retidão: integridade nas decisões, contratos, palavras e promessas (Ef 4:24).
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Fidelidade: firmeza nas alianças, começando em casa.
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Misericórdia e graça: especialmente com quem me fere; o velho homem quer vingança, o novo escolhe misericórdia.
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Bondade: disposição prática de fazer o bem.
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Imutabilidade (constância): Deus não muda “nem sombra de variação” (Tg 1:17). Em Cristo, eu caminho para uma vida estável, sem ser “crente de manhã e outro à tarde”.
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Verdade, longanimidade e paciência: meu falar e meu esperar revelam quem me governa.
Como esse caráter é formado em mim?
Deus manda “sede santos”, e Ele mesmo fornece os meios:
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A Palavra: nela eu conheço o caráter de Deus e confronto o meu; em cada narrativa bíblica eu vejo como Deus é.
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O Espírito Santo: Ele não força a porta; eu me submeto, e Ele me molda por dentro. Todos os dias eu “afogo” o velho homem e dou lugar ao novo — pensamento, hábito, reação, tudo passa pelo crivo do Espírito.
Onde isso aparece na vida real?
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No casamento: prometi amar e respeitar; então eu honro. Se errei, peço perdão, recomeço e não justifico meu pecado.
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No trabalho: eu cumpro prazos, não minto relatório, não “jeitinho”.
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No cotidiano: “quer comais, quer bebais… fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31).
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Nas tentações: o pecado “jaz à porta”, mas eu não abro (Gn 4:7).
Quero encerrar com uma oração na prática: “Senhor, eu me visto do novo homem. A tua Palavra e o teu Espírito governem minhas decisões hoje. Que o teu caráter apareça em mim — em santidade, amor e verdade. Amém.”