Paz do Senhor, irmãos! Que alegria estarmos reunidos neste domingo tão especial, celebrando a Páscoa, a vitória de Jesus sobre a morte. Hoje damos continuidade à série de estudos sobre as parábolas de Jesus, com um olhar atento àquela conhecida como “a parábola do amigo importuno”, que está registrada em Lucas 11:5-13.
Essa parábola trata diretamente da oração. Jesus a utiliza para nos ensinar a orar com insistência, com fé e com confiança de que Deus é justo e fiel para atender os seus filhos.
Logo de início, faço um paralelo com algo bem cotidiano: o açaí. Muita gente ama os toppings — castanha, paçoquinha, calda — mas quando chega na “parte roxa”, torce o nariz. Com o culto acontece o mesmo: amamos a música, a alegria, mas quando chega a oração e a Palavra, queremos descartar. Só que é justamente aí que mora a força da nossa fé. A oração é o alimento puro e necessário para nossa vida espiritual.
Nós não somos chamados para sermos “sommeliers de culto”, mas sim adoradores. A igreja não é perfeita, mas se ela é fundamentada na Bíblia, com liderança comprometida, e se nós como membros praticamos disciplinas como a leitura da Palavra, a oração, o jejum e a comunhão, estamos no caminho certo.
Jesus nos ensina que oração não é só pedir — é relacionamento. A parábola mostra um homem que, no meio da madrugada, bate à porta de seu amigo pedindo pão. E mesmo com todos os transtornos de levantar, acender a lamparina, acordar os filhos e tropeçar nos móveis, ele se levanta por causa da insistência do outro. A lição? Deus também responde quando perseveramos.
Jesus diz: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”. Quando oramos, devemos fazer isso com propósitos claros, alinhados à vontade de Deus, com fé e persistência. Nem sempre a resposta vem na hora que queremos. Às vezes, ela é diferente do que pedimos. Mas Deus age. Lembra de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego? Deus não os livrou da fornalha, mas os livrou na fornalha. Assim é com nossas lutas.
A oração também precisa ser acompanhada de perdão. Jesus nos ensinou a pedir perdão como nós perdoamos. E se não perdoamos, nossas orações “dão mau contato”. Precisamos fazer esse autoexame diante de Deus.
E sobre sermos cheios do Espírito Santo: não basta ser cheio uma vez só. Assim como um carro precisa ser abastecido continuamente, precisamos buscar o enchimento diário. Isso se dá com oração, leitura da Palavra e sensibilidade à voz do Espírito.
Por fim, te faço um convite: seja como o café. Quando a água quente vem — ou seja, quando a luta aperta — não endureça como o ovo, nem se desmanche como a cenoura. Deixe o Espírito de Deus te envolver como o café que perfuma todo o ambiente. Seja alguém que revela o aroma de Cristo por onde passa. Persevere, insista, ore. Deus vai responder!