Graça e paz, irmãos! Hoje quero compartilhar com vocês um tema que mexe profundamente comigo: “Algumas renúncias de Abraão”. A partir de Gênesis 12, aprendemos muito sobre como construir uma verdadeira amizade com Deus, mas também sobre o preço que isso exige.
Abraão é considerado amigo de Deus. Isso não é pouca coisa. Não foi do dia para a noite, mas resultado de um relacionamento construído com base em confiança e renúncia. Muitos querem ser conhecidos por Deus, ser abençoados, experimentar a presença d’Ele, mas não estão dispostos a renunciar. E é sobre isso que vamos refletir.
1. Renúncia da sua terra
Deus o chamou e disse: “Sai da tua terra, do meio dos teus parentes e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei.” Não é fácil deixar tudo para trás: costumes, tradições, amigos, familiares. Isso significa abandonar uma cultura, um estilo de vida, e confiar plenamente em Deus, mesmo sem saber qual será o próximo passo.
2. Renúncia da estabilidade
Abraão tinha 75 anos. Não era um jovem aventureiro, mas um homem consolidado, com negócios, posses e influência. Mesmo assim, ele abriu mão da sua estabilidade para obedecer a Deus. Deixou sua segurança para entrar numa instabilidade dirigida pelo Senhor. Quando Deus está na frente, não importa a sua idade, o tempo ou a circunstância: vai dar certo!
3. Renúncia da comodidade
Sair do conforto da sua cidade, da sua casa, do meio dos parentes… Não é simples. Mesmo com todos os problemas que família pode ter, é na hora do aperto que os parentes aparecem. Mas, às vezes, é necessário sair, pois alguns vínculos podem até nos impedir de cumprir o propósito de Deus.
Abraão deixou de morar numa casa para viver em tendas, peregrino, obedecendo a uma direção divina. Ele nunca mais voltou para Ur dos Caldeus.
4. Renúncia do direito de escolha
Quando decidiu obedecer a Deus, Abraão abriu mão do direito de escolha. Passou a viver uma vida guiada por Deus, dependendo totalmente d’Ele, indo aonde Deus queria, fazendo o que Deus determinava. Isso pode assustar, mas é o caminho da verdadeira segurança.
5. Renúncia do futuro
Abraão tinha diante de si um futuro incerto, mas escolheu confiar em Deus. Mesmo avançado em idade, recomeçou a vida, vivendo mais 100 anos dentro do propósito divino. Recomeçar é possível quando a motivação vem de Deus.
6. Renúncia do filho
Talvez a mais difícil de todas. Depois de anos de espera, Deus lhe deu Isaque, o filho da promessa, mas depois pediu que o sacrificasse. Como assim? Sim, Deus pediu aquilo que Abraão mais amava. Mas Abraão confiou: ainda que Isaque morresse, Deus era poderoso para ressuscitá-lo.
Essa entrega foi resultado de uma amizade e confiança profunda com Deus. E é esse nível de relacionamento que Ele quer ter conosco. Não apenas um conhecimento superficial, mas uma amizade que confia e se entrega por completo.
Aplicação para nós
Hoje, muitos querem viver o propósito de Deus, mas sem renunciar a nada. Querem ser usados, mas não querem abandonar a religiosidade superficial. Precisamos sair dessa capa de religiosidade e buscar a presença de Deus de verdade, ser igreja onde quer que estivermos.
Não basta vir à igreja, é preciso ser igreja, exalar Cristo, ser o bom perfume d’Ele. Nossa sociedade está cada vez mais caída, e só uma igreja cheia da presença de Deus fará diferença.
Deus sempre vai pedir algo de nós. Sempre. Mas Ele nunca pedirá algo que você não possa dar. E quanto mais você for sensível à voz d’Ele, mais Ele vai te conduzir e te usar.
Que possamos renunciar o que for preciso, confiar como Abraão confiou, viver como ele viveu: dentro do propósito de Deus e com uma fé inabalável.
Amém!