É com alegria que hoje refletimos sobre uma pergunta desafiadora: de que lado estamos? Justos ou enrolados? O tema de nossa reflexão está baseado no Sermão da Montanha, mais especificamente em Mateus 5:6: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Esse versículo nos confronta, nos convida a uma análise profunda sobre nossa posição diante da justiça de Deus.
Para nos situarmos, dividiremos nossa reflexão em três perguntas fundamentais:
- Onde começa a justiça?
- Justiça aos olhos de quem?
- Compensa ser justo?
Onde começa a justiça?
Justiça, no conceito social, é aquilo que mantém a ordem e garante direitos, mas, na perspectiva bíblica, vai além. Justo é aquele que age conforme os princípios de Deus.
O problema é que, muitas vezes, enxergamos a justiça como algo que deve ser aplicado aos outros, não a nós mesmos. Clamamos por um mundo mais justo, mas esquecemos de praticar a justiça no nosso dia a dia. O próprio Jesus ensina que a justiça deve ser buscada com fome e sede, ou seja, com intensidade e desejo incontrolável.
Mas como podemos exigir justiça sem vivê-la? Muitos condenam a corrupção no governo, mas dão “jeitinhos” para burlar leis, não cumprem seus deveres e, quando convém, se valem de brechas na moralidade. A verdade é que a justiça começa em nós.
Justiça aos olhos de quem?
Nosso senso de justiça é falho. O que consideramos “justo” pode não estar alinhado com o que Deus define como justiça. Jesus veio elevar o padrão: não basta amar os amigos, é preciso amar os inimigos. Não basta andar uma milha forçado, devemos andar duas voluntariamente. Ele nos ensina que a justiça é maior que regras sociais; é uma questão de coração e obediência.
Muitos, ao ouvirem esse ensinamento, sentem-se desconfortáveis, pois somos treinados para reagir conforme nosso próprio senso de justiça. Mas a pergunta é: estamos sendo justos aos nossos olhos ou aos olhos de Deus?
Compensa ser justo?
A recompensa do justo não é imediata, nem sempre é visível aos olhos humanos. Homens como José, que foi traído pelos irmãos, vendido como escravo, preso injustamente, poderiam ter se entregado ao vitimismo. No entanto, ele permaneceu fiel e, no tempo certo, Deus o exaltou.
Quantas vezes nos sentimos injustiçados? Quantas vezes queremos tomar o controle e buscar nossa própria justiça? Mas Deus não perde o controle da nossa vida. Muitas vezes, o que nos parece uma derrota é apenas um caminho para algo maior que Ele tem para nós.
Ser justo vale a pena. A palavra diz que “o justo viverá pela fé” (Hebreus 10:38) e que “a oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16). Deus honra aqueles que permanecem fiéis.
Conclusão
Nosso desafio é sair daqui hoje com a certeza de qual time pertencemos. A justiça começa em mim e em você. Que possamos buscar viver de maneira íntegra, não apenas clamando por justiça, mas praticando-a em nossa vida cotidiana.
Que o Espírito Santo nos revele aquilo que precisa ser mudado em nosso coração, nos dê forças para permanecermos fiéis e confiarmos que Ele nunca perde o controle de nossas vidas.
De que lado você está? Justo ou enrolado?