Há um poder imenso no memorial da Santa Ceia. Não é apenas um ritual. É uma recordação viva do maior ato de amor já realizado por alguém em favor da humanidade. Quando eu leio 1 Coríntios 11, lembro das palavras de Paulo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo que é partido por vós… fazei isso em memória de mim”. Essa memória precisa estar viva no nosso coração!
Mas será que entendemos de verdade por que Jesus fez isso? A Ceia não nasceu no Novo Testamento. Ela é o cumprimento de uma história que começa lá em Êxodo 12, quando Deus manda Moisés instruir o povo a preparar um cordeiro sem mácula para a primeira Páscoa. Um cordeiro por família. O sangue era passado nos umbrais da porta. E, naquela noite, quando o Senhor passasse, a casa marcada com o sangue seria poupada da morte. A morte já teria acontecido. Isso aponta direto para Cristo!
Por 1300 anos, Israel ensaiou esse momento. O povo repetiu o sacrifício, ano após ano, cordeiro após cordeiro. Cada sacrifício apontava para o verdadeiro Cordeiro de Deus que viria para tirar o pecado do mundo.
Jesus é esse Cordeiro. Quando João Batista O vê se aproximando, ele declara: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!”. E o mais lindo é perceber que Ele entrou em Jerusalém no exato dia em que as famílias escolhiam o cordeiro da Páscoa. Era o dia 10 do mês de Nissan. Ali estava o Cordeiro entrando no seio da família humana.
Durante quatro dias, como manda a tradição, as famílias ficavam com o cordeiro em casa. E é interessante: muitas vezes, elas criavam laços, se apegavam. O inocente que morreria por elas estava entre eles. Com Jesus foi assim. O povo começou a amá-Lo, a aclamar: “Hosana!”. Mas logo depois, a traição, o julgamento injusto e a cruz.
Pilatos, sem saber, fez o papel do sumo sacerdote: examinou o Cordeiro e declarou que não havia defeito n’Ele. Na hora nona, às 15h, a mesma hora em que os cordeiros eram sacrificados no templo, Jesus brada: “Está consumado!”. E o véu do templo se rasga, de alto a baixo. O caminho está aberto!
Ele morreu por mim, por você. Morreu com os nossos pecados sobre os ombros. O sangue Dele nos cobre. E é isso que me emociona: Deus não vê mais o meu pecado. Ele vê o sangue do Cordeiro sobre mim. Meu pecado está tampado. Fui perdoado, justificado.
A Santa Ceia, portanto, não é uma tradição qualquer. Ela é memória viva do sacrifício. Ela fala do passado — de onde Jesus me tirou. Ela fala do presente — da minha comunhão com Ele. E fala do futuro — porque Ele voltará. Por isso, quem come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação.
Você tem comunhão com Ele? O Cordeiro está à porta da sua casa. E hoje, não será necessário sacrificá-Lo. Ele já foi entregue uma vez por todas. Hoje, Ele quer habitar com você, quer caminhar com a sua família. Leve o Cordeiro com você. Não apenas na igreja. Mas na sua casa, na sua rotina, na sua vida.
E se você precisa de cura, de libertação, saiba: o sangue ainda tem poder. Ele ainda salva, liberta e transforma. Ainda há vida no sangue do Cordeiro!