cA paz do Senhor! Hoje, num dia especial para os pais, eu oro para que Deus nos dê sabedoria para conduzirmos nossa casa como sacerdotes e guiarmos nossos filhos nos caminhos do Senhor. Quero dar sequência à nossa série “fortalecendo a fé cristã e combatendo heresias antigas”, com o tema: o pecado corrompeu a natureza humana. Minha oração é que o Espírito Santo fale ao seu coração enquanto estudamos as Escrituras.
Objetivos desta mensagem
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Explicar a doutrina bíblica do pecado e sua extensão.
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Expor e refutar a heresia que nega o advento do pecado (pelagianismo).
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Alertar sobre os perigos dessa heresia para o cristão e para a Igreja.
1) A origem e a realidade do pecado
A Bíblia é clara: o pecado é um elemento real na vida de todas as pessoas. Ele entrou no mundo por meio de Adão, e com ele veio a morte (Rm 5:12,14). Antes mesmo da Lei dada a Moisés, o pecado já estava no mundo. Em Gênesis 3, vemos a serpente — Satanás, o querubim caído (Ap 12:9; Ez 28:14-15) — enganar Eva. Ao pecarem, “abriram-se os olhos de ambos” (Gn 3:7): a comunhão com o Criador foi rompida e a morte (separação) se tornou realidade.
A queda no Éden contaminou toda a humanidade: Adão, cabeça da raça, transmitiu essa condição a todos (Rm 5:19). Por isso, nascemos em pecado e precisamos de restauração.
2) A extensão do pecado: corrupção total
O pecado corrompeu corpo, alma e espírito (2Co 7:1). Afetou intelecto e vontade: “o boi conhece o seu possuidor… mas Israel não entende” (Is 1:3); “enganoso é o coração” (Jr 17:9). Atingiu consciência e razão (1Tm 4:2; Tt 1:15). Sozinhos, somos incapazes de conhecer e agradar a Deus. Temos responsabilidade moral e escolhas (Js 24:15), mas apenas pela ação do Espírito Santo conseguimos vencer a inclinação ao pecado.
3) Refutando o pelagianismo
O pelagianismo afirma que o ser humano não nasce em pecado e que Adão foi apenas um mau exemplo. Se isso fosse verdade, a cruz seria desnecessária. Mas as Escrituras afirmam o contrário: “por um homem entrou o pecado… e a morte passou a todos” (Rm 5:12). Negar o pecado original esvazia a graça e transforma salvação em mérito humano. O evangelho proclama a graça: “nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1:23). Ele morreu por nossos pecados, porque somos pecadores e precisamos de um Salvador (Jo 3:16).
4) O perigo das heresias e o antídoto bíblico
Religiosidades que negam a queda ou reduzem Jesus a “bom exemplo” desviam do evangelho. Onde há analfabetismo bíblico, o erro prospera. A Palavra nos manda: “examinai tudo, retende o bem” (1Ts 5:21) e “provai os espíritos” (1Jo 4:1). Por isso, valorizo a Escola Bíblica e as disciplinas espirituais: leitura da Palavra, oração e jejum. Assim o Espírito Santo nos guia “naquela mesma hora” (Lc 12:12).
5) A esperança: redenção em Cristo
Mesmo em nosso estado de corrupção, Deus já tinha um plano: a morte e ressurreição de Jesus. Ele, concebido pelo Espírito Santo, sem o DNA de Adão, viveu sem pecado e se entregou por nós. Em Cristo, Deus nos vê justificados; “estando mortos em nossos delitos, nos deu vida… pela graça sois salvos” (Ef 2:5). E aguardamos a vitória final: corpo incorruptível e vida eterna (Rm 6:23).
Minha exortação: creia na obra de Cristo e alimente diariamente o fogo do Espírito. Vamos lutar contra o pecado não na força do braço, mas na graça que nos educa. Que o Senhor nos firme na verdade!