Eu tenho insistido com a igreja: agradecer é decisão de fé. É fácil dar glória quando tudo dá certo; o desafio é manter gratidão quando a bola bate errado no meu braço, dói, e eu preciso escolher: “Senhor, obrigado, o Senhor segue no controle.” O tempo revela o que hoje eu não entendo; por isso, eu prefiro confiar. Também tenho pensado no legado: se eu partisse hoje, como eu seria lembrado? Pela relevância do meu testemunho ou por uma religiosidade sem poder? Não basta “trabalhar para Deus”; é preciso trabalhar com Deus — isso se chama autoridade espiritual, fruto de intimidade. Sem autoridade, o inferno não recua; com autoridade, uma simples palavra muda ambientes.
E é por isso que eu amo João 2. “O que nos ensinam as bodas de Caná?”
1) Jesus só age onde é convidado.
“Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento.” Eu quero Jesus convidado para tudo: minha casa, minhas finanças, meus relacionamentos, meus planos. Necessidade não garante manifestação; sede e honra sim. Eu não quero apenas tolerar Jesus; eu quero celebrá-Lo.
2) Leve a necessidade para a Pessoa certa.
Maria não perdeu tempo: “Eles não têm mais vinho.” Quando falta vinho — quando falta alegria, recurso, força — eu corro para Jesus. A resposta de Deus para um problema quase sempre chega através de uma pessoa; por isso eu peço discernimento: “Senhor, onde está a resposta? Em quem está a resposta?”
3) Obediência incondicional abre portas sobrenaturais.
“Façam tudo o que Ele mandar.” Obediência me mantém no lugar do privilégio. Os servos enchem as talhas de água; Jesus entrega vinho. O esforço humano purifica “por fora”; a graça de Cristo transforma “de dentro para fora”. Quando eu obedeço, Ele transforma a minha “água” comum no “melhor vinho” — e não precisa trovão, não precisa espetáculo; basta Sua presença.
4) Deus guarda o melhor para quem persevera.
“Todos servem primeiro o melhor… mas tu guardaste o bom vinho até agora.” Tem gente que não experimenta o “melhor de Deus” porque quer manter o controle. Enquanto eu governo, o “vinho” acaba. Quando eu me rendo ao senhorio de Jesus, a festa recomeça.
5) Linguagem que abre caminhos: perguntas de fé.
Afirmações negativas (“não dou conta”, “não tem jeito”) fecham a mente; perguntas de fé (“como Deus vai me conduzir nisso?”) abrem saídas. Em tempos difíceis — e como temos visto, inclusive no Setembro Amarelo — não é na força do braço que eu venço, é voltando à presença, à oração, à Palavra.
6) Senhorio não é discurso; é direção.
Vida cristã é simples: eu submeto meus passos. Nem todo caminho “que parece certo” termina bem; por isso eu pergunto antes de agir: “É Tua vontade, Senhor?” Quando Adão e Eva quiseram viver sem prestar contas, deu ruim. Eu não quero repetir esse roteiro.
7) Vida de oração sustenta milagres e caráter.
A história da mulher do fluxo de sangue me inspira: “Se eu tocar na orla do manto, serei curada.” Fé que se move encontra poder que responde. Eu creio que Deus ainda ressuscita esperanças, sara mentes perturbadas, livra do pânico, devolve o sono e a paz. O ladrão veio para roubar, matar e destruir — mas Jesus veio para dar vida, e vida com abundância. Minha parte é voltar ao lugar da oração até transbordar Deus — a ponto de as pessoas “sentirem o cheiro” da presença dEle em mim.
Conclusão
Hoje eu convido Jesus para o centro. Eu escolho obedecer “tudo o que Ele disser”. Eu troco o controle pela rendição. E creio: Ele está guardando o melhor vinho para agora. Onde faltou alegria, Ele enche de novo. Onde houve vergonha, Ele derrama honra. Onde só havia água, Ele traz transformação. Amém.