Ao longo desse mês, temos mergulhado em temas fundamentais da fé cristã, e hoje quero tratar de um dos assuntos mais importantes que podemos estudar: a pessoa do Espírito Santo. Esse tema é tão essencial que Jesus, pouco antes de subir aos céus, falou sobre Ele com tanta ênfase. Ele é, sem dúvida, parte central da nossa caminhada cristã.
Começo te perguntando: você sabe quem é o Espírito Santo? Talvez você tenha ouvido dizer que Ele é uma força, uma energia, uma manifestação divina. Mas quero te convidar a olhar para a Palavra de Deus e entender que o Espírito Santo é uma pessoa. Ele é Deus.
1. O Espírito Santo é uma pessoa
Essa verdade é incontestável nas Escrituras. Ele ouve, fala, consola, guia, ensina e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Ele não é uma força impessoal flutuando no ambiente, Ele é alguém com quem nos relacionamos, que está conosco e em nós. Jesus mesmo disse: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João 14:16-17). A palavra “outro” ali é muito significativa. No original grego, “allos” significa outro do mesmo tipo, da mesma natureza. Ou seja, o Espírito Santo é da mesma essência de Jesus.
O termo “Consolador” vem do grego Parakletos, que significa “aquele que está ao lado para ajudar, defender e orientar”. Ele é o nosso advogado, nosso conselheiro. Ele nos representa diante do Pai e atua em nossas vidas de forma pessoal. Não somos representados por uma energia ou um sentimento. Somos representados por alguém que nos conhece profundamente.
2. O Espírito Santo é Deus
A Bíblia é clara ao mostrar que o Espírito Santo possui todos os atributos divinos. Ele é eterno (Hebreus 9:14), onipresente (Salmo 139:7), onisciente (1 Coríntios 2:10-11) e onipotente. Em Atos 5, Pedro confronta Ananias e diz: “Não mentiste aos homens, mas a Deus”, referindo-se ao Espírito Santo. Ele é o próprio Deus habitando conosco.
Além disso, Ele é Criador: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33:4). O Espírito Santo não é uma parte menor da Trindade — Ele é plenamente Deus, como o Pai e o Filho.
3. Ele age em nós e por nós
Há uma distinção importante a se fazer: o Espírito Santo atua não apenas ao nosso redor, mas também em nós. No Antigo Testamento, víamos momentos em que o Espírito se apoderava de alguém para uma tarefa específica, como em Sansão. Hoje, como Igreja, temos o privilégio de ter o Espírito habitando dentro de nós, continuamente nos moldando, ensinando e fortalecendo.
4. Ele tem vontade própria
O Espírito Santo distribui dons segundo a Sua vontade (1 Coríntios 12:11). Isso nos ensina que Ele não está sujeito aos nossos comandos ou vontades. Muitas vezes vemos pessoas tentando dar ordens ao Espírito. Mas a ação Dele é soberana. Ele age conforme o propósito que Deus estabeleceu para cada um de nós. Nosso papel é nos submeter à Sua vontade.
5. Relacionamento com o Espírito Santo
Se existe prazer no relacionamento com um amigo, um cônjuge, um filho… quanto mais prazeroso é o relacionamento com o Espírito Santo. Ele nos conhece de forma completa. Ele é aquele que nos molda como o lapidador molda um diamante. É no relacionamento com Ele que somos transformados e nos tornamos parecidos com Cristo.
Crie o hábito de falar com Ele. Ao acordar, diga: “Bom dia, Espírito Santo”. Peça que Ele te guie, que abra os seus olhos, que te dê discernimento. Não é loucura, é fé. É relacionamento.
Conclusão
Você não está sozinho. Jesus prometeu e cumpriu: o Espírito Santo está conosco. Ele é o nosso Consolador, o nosso advogado, nosso ajudador. Ele é Deus. E Ele deseja se relacionar com você, transformar sua vida e te conduzir à vontade do Pai. Que possamos, como Igreja, cultivar esse relacionamento e reconhecer Sua presença em cada detalhe da nossa caminhada.
Amém.