Vivemos tempos desafiadores. A instabilidade econômica, os conflitos geopolíticos e as crises morais e espirituais que enfrentamos podem nos fazer esquecer de algo fundamental: Deus continua cuidando de nós. Essa foi a reflexão central da nossa Escola Bíblica Dominical, na qual fomos convidados a olhar para a Palavra e renovar nossa fé na provisão divina.
Ao comparar a situação atual com três relatos bíblicos marcantes — o povo de Israel no deserto, o profeta Elias no tempo de seca, e a viúva de Sarepta —, vemos que a fidelidade de Deus permanece inabalável, independentemente das circunstâncias.
A provisão no deserto – Êxodo 16
O povo de Israel havia sido liberto da escravidão, mas logo começou a murmurar por causa da fome. Mesmo diante das reclamações, Deus proveu o maná e as codornizes. Não era apenas comida: era um ensino diário de dependência, disciplina e confiança.
Assim também somos nós. Muitas vezes lembramos com nostalgia de um tempo em que estávamos longe de Deus, pois havia “panelas de carne”, mas esquecemos que éramos escravos. Deus, em sua pedagogia amorosa, nos convida a confiar, mesmo quando a lógica da economia nos assusta e nos deixa ansiosos. A ansiedade, quando não vigiada, se torna um hábito que fere a fé e alimenta a murmuração.
Elias no ribeiro de Querite
Perseguido por profetizar contra o rei Acabe, Elias se viu isolado, mas não desamparado. Deus fez com que ele bebesse da água do ribeiro e recebesse alimento diretamente das mãos de corvos. Quando o riacho secou, Deus já tinha providenciado outro meio: a casa de uma viúva em Sarepta.
E aqui temos mais uma lição: a provisão divina sempre vem, mas ela exige fé. A mulher que só tinha um punhado de farinha e um pouco de azeite escolheu obedecer à voz do profeta. E Deus fez com que nada lhe faltasse.
Entre a murmuração e a confiança
A mensagem reforça que Deus não se impressiona com crises — sejam elas financeiras, políticas ou pessoais. O mundo jaz no maligno, como afirma João, e os sistemas humanos são frágeis e corruptos. Mas nós não dependemos do sistema do mundo. Dependemos de um Deus que conhece até os fios de cabelo em nossa cabeça.
Murmurar, relativizar a verdade e viver uma fé secularizada — que não permeia todas as áreas da vida — são armadilhas que nos afastam da presença de Deus. Mas a fé, mesmo pequena, nos aproxima da provisão.
A recomendação final de Paulo
O encerramento da mensagem veio com Filipenses 4:6-8, um texto poderoso sobre como devemos lidar com a ansiedade:
“Por nada estejais ansiosos; antes, em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças…”
Deus está no nosso passado, presente e futuro. Ele continua provendo, cuidando e conduzindo.
Confie. Ele é a sua provisão.