Você já parou para pensar naquilo que ocupa os seus olhos, seus pensamentos e desejos? Muitas vezes, sem perceber, caímos em uma armadilha silenciosa, que nos afasta da presença e da paz de Deus: a cobiça.
No livro de Êxodo 20:17, um dos mandamentos nos alerta: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a sua mulher, nem o seu servo… nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.” Esse mandamento revela uma verdade profunda: quando desejamos aquilo que não nos foi dado por Deus, rejeitamos — ainda que de forma sutil — aquilo que Ele já nos confiou.
Cobiça é desconfiar da bondade de Deus.
É o sentimento que brota quando tiramos os olhos das bênçãos já recebidas e os voltamos para aquilo que ainda não temos. Foi assim com Eva no Éden: ao dialogar com a serpente, passou a focar justamente naquilo que não podia ter. E, de repente, toda a abundância que o Senhor já havia concedido perdeu valor diante de um único “não”.
A cobiça nos leva a comparar nossa vida com a dos outros. As redes sociais se tornaram um espelho distorcido onde a grama do vizinho sempre parece mais verde. E o que isso produz? Ingratidão, murmuração, frustração espiritual. Esquecemos que somos salvos pela fé e começamos a duvidar se Deus realmente fará por nós o que fez pelos outros.
Essa é a sutil armadilha.
Ela nos esfria. Tira o prazer de congregar, de servir. Tira a constância. Passamos a viver no “talvez” — talvez eu vá ao culto, talvez eu sirva, talvez eu persevere. E quando percebemos, estamos vivendo como conquistadores pela força do braço, e não mais como herdeiros da graça.
Jesus nos chama a beber da água viva. Assim como falou à mulher samaritana: “Quem beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede.” Não são as conquistas exteriores que preenchem nosso interior — é Cristo. Ele é o pastor que supre, que cuida, que sustenta.
Como vencer essa armadilha?
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Reconhecendo nossas bênçãos. Faça o exercício de listar motivos de gratidão. Você verá que há mais do que imagina.
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Combatendo a comparação. Deus tem uma jornada única com você.
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Fortalecendo-se na comunhão. A Ceia do Senhor nos lembra quem somos, nos limpa, nos renova e nos realinha ao propósito.
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Mantendo os olhos em Jesus. Ele é o autor e consumador da nossa fé.
A salvação, o amor e a presença de Deus já são suficientes para nos completar. Mesmo que nem tudo o que desejamos tenha acontecido ainda, Cristo é a fonte inesgotável de tudo o que precisamos. E a gratidão é o antídoto contra a cobiça.